O que é feito com o sangue doado?

O sangue doado é fracionado para envio aos hospitais e pacientes que estejam necessitando. O sangue é fracionado em  4 hemocomponentes principais:

  • Concentrado de hemácias (CHM) – é a parte vermelha do sangue que contém as hemácias, células sanguíneas, responsáveis pelo transporte do oxigênio para todo o       corpo humano.
  • Concentrado de plaquetas (CP) – é um componente claro, que contém as plaquetas, células responsáveis por um dos mecanismos de coagulação que impedem a continuidade do sangramento formando um tampão nos vasos sanguíneos.
  • Plasma fresco congelado (PFC) – é a parte líquida do sangue, clara e que contém fatores de coagulação responsáveis pelos outros mecanismos de coagulação, além da plaqueta.
  • Crioprecipitado (CRIO) – é um precipitado originado do descongelamento do PFC em temperatura de 4° C rico em fator VIII, fator XIII e fibrinogênio, muito utilizado para distúrbios de coagulação adquiridos por falta destes elementos.

O sangue é rotulado de forma a permitir sua rastreabilidade (possibilidade de identificar a origem do sangue doado em caso de reações adversas no receptor), porém, preservando o sigilo do doador. De acordo com a legislação brasileira a confidencialidade dos dados dos doadores deve ser mantida em todas as fases. São realizados exames para tipificação do sangue e identificação de doenças transmissíveis. Após a liberação de todos os exames, os hemocomponentes cujos resultados foram normais são liberados para distribuição aos hospitais e clínicas conveniados.

O sangue doado é vendido para os hospitais? Pode ser cobrada a transfusão de sangue em pacientes da rede privada ou suplementar?

O sangue doado não pode ser vendido de acordo com a legislação brasileira, nem o doador pode receber qualquer benefício em troca de seu sangue. Esta medida visa garantir a segurança de quem recebe a transfusão de sangue. Entretanto, para garantir a segurança da transfusão, são realizados vários procedimentos que apresentam custos, desde a realização do cadastro e da triagem clínica do doador aos exames sorológicos e de prova cruzada. Os custos de todas as etapas de liberação do sangue até a sua efetiva transfusão no paciente são cobrados dos hospitais e podem ser repassados aos pacientes particulares e aos convênios de saúde. Isto não significa que o sangue foi vendido, já que não foi agregado nenhum valor ao sangue para aquisição de lucro por parte do serviço hemoterápico.

O sangue doado na Fundação Hemominas vai para qualquer hospital de Minas Gerais?

A Fundação Hemominas atende aos hospitais da rede SUS no estado de Minas Gerais e a alguns hospitais e clínicas conveniados que atendem a pacientes com convênios de saúde ou particulares. Atualmente, a Fundação é responsável por aproximadamente 91% da cobertura hemoterápica do estado.

Quais exames são feitos no sangue doado?

A liberação do sangue para utilização exige os seguintes exames:

  • Imuno-hematológicos: tipagem ABO e Rh, pesquisa de anticorpos irregulares e pesquisa de hemoglobina S.
  • Sorológicos: são feitos exames para pesquisa de hepatites B e C, Doença de Chagas, sífilis, HIV e HTLV.

Quando um paciente necessita do sangue são realizados testes de compatibilidade entre o sangue doado e o do potencial receptor - a chamada prova cruzada.

Qual a validade do sangue doado?

Cada hemocomponente possui uma validade. As plaquetas, por exemplo, só podem ser utilizadas por cinco dias após a coleta do sangue. É por isso que os doadores devem comparecer regularmente. Uma redução no comparecimento afeta rapidamente o estoque de plaquetas necessárias a pacientes com distúrbios de coagulação.

  • Concentrado de hemácias (CHM) – 35 a 42 dias (dependendo da solução de conservação)
  • Concentrado de plaquetas (CP) – cinco dias
  • Plasma fresco congelado (PFC) – um ano
  • Crioprecipitado (CRIO) – um ano