Chegou a hora!
Primeiro, é preciso uma grande doação...de solidariedade!
O chamamento aos doadores se deu com as diversas campanhas desenvolvidas pela Rede Hemominas durante todo o ano. Assim, depois do agendamento online ou pelo aplicativo MGapp – Cidadão, o candidato à doação chega à unidade escolhida: passa pela recepção, identifica-se. Se a pessoa não agendar – no caso de doação espontânea, sem marcação prévia – o candidato é encaixado num horário disponível e aguarda o seu atendimento. Vale lembrar que todas as etapas seguem as mesmas rotinas em todas as unidades.
E vamos para o cadastro!
Aqui, os atendentes estão a postos para fazer o registro e inclusão dos dados cadastrais do doador no sistema, que é totalmente informatizado: nome, filiação, nascimento, endereço, documentos etc. É essencial apresentar um documento de identidade original, oficial e com foto para iniciar o atendimento. Os registros dos dados geram um número de matrícula, que é permanente em todos os procedimentos pelos quais o doador passará nas unidades.
“Durante o atendimento, o setor gera um número de doação que identificará cada doação feita. Um número de matrícula e vários de doação garantem segurança no processo. O cadastro possibilita saber sobre doações anteriores, resultados de exames, etc”, esclarece o responsável de equipe do Cadastro do Hemocentro de Belo Horizonte (HBH), Marco Antônio Luz. O setor também é responsável pela impressão e entrega dos resultados dos exames dos doadores aptos.
Triagens
Dados cadastrados, hora de passar pela triagem clínica: na entrevista confidencial, faz-se o exame físico e a aferição dos dados vitais (pressão arterial, pulso, temperatura). O triagista fará uma série de perguntas ao doador, inclusive de foro íntimo, que se referem a sua história passada e atual de saúde, hábitos e comportamentos. Todas as respostas são mantidas em rigoroso sigilo. Nesse momento, o doador tem de ser o mais sincero possível em suas respostas: é um processo muito importante na manutenção da qualidade transfusional, pois ao analisar as respostas e comportamento pregresso do doador, pode-se avaliar se há risco em realizar a coleta, tanto para o doador quanto para o receptor.
Se tudo estiver bem, a seguir vem a triagem hematológica, quando se faz o teste da hemoglobina para verificar aptidão do doador (se não tem anemia) e aferiçãodo peso – os muito magrinhos estão fora: só doa quem pesar acima de 50 quilos. Aviso: se o nível de hemoglobina estiver acima ou abaixo dos padronizados, o candidato volta ao triagista para orientação. Esse exame é rápido e o resultado sai na hora.
Depois, pré-lanche feito – não se pode doar de barriga vazia -, braços higienizados, finalmente a coleta: uma enfermeira confere ficha, documento, peso. Tudo etiquetado e com a respectiva identificação (números e iniciais do nome).
Solidariedade na veia
E então, o grande momento: com todo o cuidado, a técnica de enfermagem busca a melhor veia – uma espetadinha só para encher a bolsa grande e a pequena. Cada pessoa doa aproximadamente 450 ml de sangue, que equivale a menos de 10% do volume sanguíneo do organismo, quantidade que o próprio organismo repõe em poucas horas. A agulha já vem ligada à bolsa, é individual e descartável. Com isto, ninguém "pega" doença alguma doando sangue, ou seja, o risco de contaminação para o doador é zero. O processo dura cerca de 12 minutos.
A “bolsona” de sangue vai para o fracionamento, procedimento que separa os hemocomponentes (que serão utilizados em transfusão, conforme a necessidade dos pacientes); a “bolsinha” alimenta quatro tubos destinados aos laboratórios para exames: um para imunologia, outro para NAT (Testes de ácido nucleico) e dois para sorologia. Finda a coleta, aguarda-se um tempo, para ver se o doador tem algum mal-estar. No caso de alguma alteração, ele fica em observação, mede-se a pressão, recebe hidratação oral, até ficar totalmente recuperado. Se necessário, convoca-se um médico da triagem clínica para acompanhá-lo.
Ao final, todos recebem as orientações padrão (não carregar peso com o braço no qual se fez a coleta, não tomar bebida alcoólica ou dirigir pelas próximas 12 horas, entre outras). Aqueles que precisarem do atestado de doação para fins trabalhistas ou escolares, devem solicitar a assinatura do responsável após o ato.
Doação feita, hora de o doador repor as energias com o pós-lanche e, daí, pôr o pé no caminho. E, com certeza, voltar a doar em breve!
Bom humor e atenção: acolhendo o doador
“Simpatia, empatia, bom humor e atenção da equipe são fatores indispensáveis no atendimento aos doadores. E isso, as equipes de Enfermagem não só do HBH, mas de todas as unidades têm de sobra”. Que fala é a enfermeira Andréia Knipp, do HBH, que descreve os procedimentos observados na unidade: “Os coletores são técnicos de enfermagem devidamente preparados para a função. O doador é acomodado em uma das 14 cadeiras disponíveis no espaço para retirada de sangue total. Todos os documentos são conferidos com a ficha de doação, tubos e as bolsas”, informa.
E mais: “Se da data da doação até 14 dias após o doador apresentar vômitos, diarreia ou sintomas gripais, ele deve ligar para a triagem clínica e informar o fato. Se necessário, faz-se a pesquisa da bolsa de sangue”. Caso seja necessário repetir algum dos exames de triagem do sangue, o doador receberá uma carta convidando-o a comparecer à unidade onde fez a doação para coleta de nova amostra. É muito importante que o doador compareça, caso a receba”, esclarece Andréia.
Dentro de 30 dias, o resultado dos exames é disponibilizado ao doador, que pode retirá-lo presencialmente, mediante solicitação e apresentação de documento de identidade oficial original, com foto. Os resultados poderão, ainda, ser entregues a terceiros, munidos de uma procuração com firma reconhecida, constando a indicação do lugar onde foi passada e expressamente a autorização para recebê-los.
Para finalizar, o recado da doadora Júlia Drumond que revela a dimensão da solidariedade nas veias: “A doação de sangue é um ato extremamente importante que pode salvar muitas vidas. Venha doar!”.
Valeu, doador! Valeu, doadora!
Acompanhe o passo-a-passo em mais um vídeo:
Não podia faltar a galeria de imagens com um pouquinho do trabalho das unidades!
E para saber o que acontece com o sangue doado, é só aguardar a próxima parada da série – o fracionamento do sangue.
Até lá!
Gestor responsável: Diretoria Técnico-Científica - TEC