GIPH mostra estudos desenvolvidos em 20 anos de pesquisas
Notícias
Encontros
GIPH mostra estudos desenvolvidos em 20 anos de pesquisas
Na comemoração dos vinte anos do Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em HTLV (GIPH), os resultados apresentados no VII Encontro de Pesquisadores da Fundação Hemominas, nesta quinta-feira (16/06), mostram uma grande produção científica, com poucos avanços sociais. “O grande desafio para a saúde pública brasileira com relação ao retrovírus HTLV é estabelecer a prevenção para diminuir sua transmissão e a implementação no sistema de saúde da assistência às pessoas infectadas e àquelas que desenvolvem as doenças associadas”, afirmou Anna Bárbara Proietti, médica e pesquisadora da Fundação Hemominas.
Segundo ela, a prevenção de transmissão por transfusão se dá na realização dos testes para descarte de bolsas e encaminhamento das pessoas com o retrovírus. O retrovírus HTLV, descoberto em 1980, está associado ao desenvolvimento de doenças como mielopatia, linfoma cutâneo, dermatite e fibromialgia. O HTLV tem transmissão vertical, entre mãe e filhos na amamentação, pelo uso de drogas ilegais injetáveis, pelo relacionamento sexual e transfusões com sangue contaminado.
Segundo Marina Lobato, nesse período de atuação, o GIPH obteve uma produção científica bastante significativa - Foto: Adair Gomez
"Quando Dra. Anna Bárbara propôs um estudo de vinte anos eu até ri. No entanto, estamos encerrando esse primeiro ciclo do GIPH em 2017 com uma produção bastante significativa”, disse Marina Lobato Martins, bióloga e pesquisadora da Fundação Hemominas. Segundo Marina Martins, nesse período de atuação, o GIPH publicou 71 artigos científicos; foram concluídos 27 mestrados e 13 doutorados e foram publicadas seis edições do Cadernos Hemominas, com as pesquisas em HTLV.
O GIPH foi criado em 1997, sob coordenação de Anna Bárbara Proietti, em uma parceria inicial entre a Fundação Hemominas, a Faculdade de Medicina e o Instituto de Ciências Biológicas da UFMG, o Instituto René Rachou e a Fundação Sara Kubitschek, e congregou, ao longo dos anos, outras participações institucionais.
No entanto, o HTLV permanece desconhecido pelos profissionais de saúde. “Mesmo com toda essa produção, ainda é alarmante a desinformação. Falta informação no sistema, hospitais, unidades de saúde e gestores, que desconhecem o HTLV e a gravidade das doenças que o vírus pode causar. É preciso que haja uma política de saúde para as pessoas com o HTLV, mas isso nós ainda não conseguimos como pesquisadores. É preciso sensibilizar as autoridades para tratar desse problema de saúde”, ressaltou Proietti.
O VII Encontro de Pesquisadores e o X Seminário de Iniciação Científica, eventos realizados pela Fundação Hemominas a cada dois anos, estão sendo realizados nos dias 15, 16 e 17 de junho de 2016, na Escola de Saúde Pública de Minas Gerais (ESP-MG) e reúnem pesquisadores e acadêmicos com formações diversas para troca de conhecimento, com apresentação de seus trabalhos, nos formatos oral e pôsteres.
Gestor responsável: Assessoria de Comunicação Social