O Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em HTLV (GIPH) realizou na quinta-feira, 21 de fevereiro, no auditório do Hemocentro de Belo Horizonte, o I Encontro de pessoas vivendo com HTLV /Belo Horizonte. O evento teve a participação da presidente do Grupo Vitamóre, associação de portadores do vírus HTLV do Rio de Janeiro, Sandra do Valle; do representante da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, o médico infectologista Ricardo Andrade Carmo; de integrantes do Grupo e pacientes.
Na abertura do encontro, a coordenadora do GIPH e pesquisadora Anna Bárbara Proietti destacou a experiência do Grupo Vitamóre do Rio de Janeiro e ressaltou a importância da criação de uma organização local que garanta tratamento adequado e atenda as necessidades dos pacientes de HTLV.
Em seu depoimento, Sandra do Valle relatou a luta desenvolvida para a criação e manutenção da associação de pacientes no Rio de Janeiro, que é atualmente a única entidade existente no país. Para ela, “o HTLV é um problema de saúde pública e os gestores desse setor tem que se conscientizar disso”. Ela informou que vai prosseguir nessa luta e ir aos estados brasileiros “pedir socorro”.
“Precisamos ser vistos. Batalhar por novos núcleos porque somente criando uma rede nacional de portadores do HTLV teremos condições de articular junto aos gestores de saúde o atendimento às nossas necessidades”, disse. Sandra contou, ainda, que o Grupo Vitamóre é de abrangência nacional e que, em junho próximo, participará como convidado e representando os portadores de HTLV do Brasil, em Quebéc, no Canadá, da abertura do Congresso Internacional de HTLV.
O médico Ricardo Carmo, representando a Coordenação Municipal de DST-Aids/PBH, falou sobre a realidade atual do atendimento da rede SUS-BH e seus principais desafios. Ele informou que a área de Saúde da Prefeitura da capital ainda não tem uma política própria para o HTLV , que a referência de tratamento até então é a Hemominas. Disse que é o momento para incrementar a parceria SMS/PBH e Fundação Hemominas e criar um planejamento para implantar, de forma mais sistemática, ações dentro da rede SUS/PBH”.
Ele também destacou o trabalho da ONG Vitamóre e da Fundação Hemominas no atendimento aos pacientes portadores de HTLV.
O GIPH
Iniciado em 1997, o Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em HTLV (GIPH) reúne profissionais da Fundação Hemominas, Faculdade de Medicina e Instituto de Ciências Biológicas da UFMG, Hospital Sarah Kubitschek e Centro de Pesquisas René Rachou (Fiocruz). O Grupo tem por objetivo geral estabelecer uma coorte aberta prevalente para acompanhamento de indivíduos com sorologia positiva ou indeterminada para HTLV 1 e 2, buscando avaliar aspectos epidemiológicos, neurológicos, dermatológicos, reumatológicos e laboratoriais dessa população e de seus familiares.
O GIPH foi planejado para uma duração de 20 anos e vai até 2017, restando, portanto, mais quatro anos de trabalho na busca de novos rem´pedios e tratamentos. O Grupo visa divulgar para a comunidade conhecimento científico sobre os vírus linfotrópicos de células T humanas (HTLV 1 e 2) nas áreas epidemiológica, clínica e laboratorial, fornecendo suporte para programas de saúde e formação de recursos humanos.