A presidente da Fundação Hemominas, Júnia Cioffi, realizou nesta quinta-feira (26/04) a abertura oficial da “3ª Oficina de Validação do Projeto para Qualificação do Ato Transfusional”, evento promovido pela Hemominas e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) com o objetivo de validar material didático e metodologia de treinamento em hemovilância. A capacitação acontece em Belo Horizonte e se encerra na sexta-feira (27/04).
Júnia Cioffi enfatizou que a hemovigilância é um dos processos mais importantes na hemoterapia. “Precisamos saber, com segurança e rapidez o que acontece com o paciente que recebe transfusão sanguínea”, afirmou. A hemovigilância atua no monitoramento dos eventos decorrentes do uso terapêutico do sangue e seus componentes, como uma estratégia para melhorar a qualidade desses produtos e reduzir riscos de reações transfusionais.
O “Projeto para Qualificação do Ato Transfusional” é uma iniciativa do Grupo de Trabalho da Unidade de Bio e Hemovigilância e do Núcleo de Gestão do Sistema Nacional de Notificação e Investigação em Vigilância Sanitária (Ubhem/Nuvig/Anvisa). Integradas, também, por representantes de toda a hemorrede nacional e do Ministério da Saúde, as oficinas são uma forma prática de os profissionais de hemoterapia brasileira aprenderem a utilizar o Guia para Uso de Hemocomponentes do Ministério da Saúde (2008) e o Manual Técnico de Hemovigilância da Anvisa (2007), validar esta metodologia e até mesmo sugerir alterações.
Cerca de 40 pessoas participam da oficina em Belo Horizonte, entre profissionais da Fundação Hemominas; representantes dos hospitais Odilon Behrens; Pronto Socorro João XXIII; das Clínicas; Santa Casa de Belo Horizonte; Madre Tereza; Luxemburgo; Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg); e da Anvisa de Minas Gerais.
Segundo a hematologista da Fundação Hemominas e membro do Grupo de Trabalho da Ubhem, Raquel Baumgratz Delgado, a hemovigilância possui muitos desafios, entre eles está os eventos adversos e incidentes transfusionais não infecciosos e reação hemolítica aguda. Como exemplo, ela citou a incompatibilidade ABO, a lesão pulmonar aguda relacionada a transfusão (TRALI), a contaminação bacteriana , entre outros.
Para a bióloga Geni Neumann de Lima Câmara, da Ubhem/Nuvig/Anvisa, este trabalho se originou a partir de dados colhidos que mostraram que a subnotificação de reações transfusionais no Brasil é muito alta. Segundo dados do “Projeto para Qualificação do Ato Transfusional”, o Brasil possui mais de 7 mil serviços com capacidade de realizar transfusões sanguíneas. A maioria dos serviços não notifica as reações transfusionais.
“As oficinas são para testar o material pedagógico para que ele possa ser colocado à disposição da hemorrede nacional. É importante ter profissionais com o olhar treinado na hemovigilância. Os profissionais não conhecem os mecanismos de notificação”, explicou Geni.
De acordo com o enfermeiro do ambulatório da unidade da Fundação Hemominas em Montes Claros, José Wilson de Brito Sales, a expectativa é agregar conhecimento e contribuir com a validação do material. “Precisamos ter uma atenção redobrada e, sobretudo, saber identificar a reação transfusional e como proceder quando ela ocorrer”, disse.
As oficinas representam a segunda etapa do “Projeto para Qualificação do Ato Transfusional” e já ocorreram nas regiões Centro-Oeste e Nordeste do país. Após a 3ª Oficina, organizada para a região Sudeste, com o apoio da Fundação Hemominas, elas se realizarão na região Norte e Sul do país. A primeira fase do projeto contou com a formação do Grupo de Trabalho e do material didático. A quarta etapa do projeto será a disseminação da proposta e a quinta etapa será a de avaliação dos trabalhos.
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