Da mesma forma que adotamos hábitos saudáveis para cuidar da nossa saúde física, devemos cuidar da nossa saúde mental. Esse foi o lema da “Roda de Conversa: mais diálogos, mais Saúde Mental”, promovida pelo Grupo de Trabalho de Humanização do Hemocentro de Belo Horizonte (HBH), na manhã desta quarta-feira, 30/01.
Conforme explicou a psicóloga do HBH, Alice Rosa, esse encontro é o ponto inicial para se começar a trabalhar o assunto na Hemominas. “Ter saúde mental não significa não ter sofrimentos ou conflitos. Tristezas e frustrações fazem parte da natureza humana e superar essas dificuldades significa ter saúde mental. É essa conscientização que queremos trazer aqui”, afirmou.
O Grupo de Trabalho de Humanização teve como inspiração a campanha Janeiro Branco, iniciada em Minas Gerais nos idos de 2014 e que hoje já se disseminou para o mundo inteiro. “A cada novo ano fazemos planos, traçamos alternativas, buscamos novas possibilidades... Daí surgiu a ideia de se criar uma campanha em prol da educação em saúde mental no primeiro mês do ano, cujo mentor é o professor Leonardo Abraão, de Uberlândia. Atualmente, diversas instituições relacionadas à saúde adotam a prática e estão abrindo espaço para se falar da saúde emocional”, contou a ouvidora do HBH, Márcia Braga.
Para permear as discussões na Hemominas foram apresentados três vídeos que tratavam da importância de se falar e cuidar da saúde mental; e da prática da resiliência para contornar os efeitos que prejudicam a saúde emocional dos indivíduos. Também foi estimulada a discussão sobre o conceito que cada pessoa tem sobre saúde mental, o que gerou uma participação ativa dos presentes.
A referência do setor de Humanização da Fundação Hemominas, Adriana Nunes, que também estava no encontro, ressaltou que cuidar da saúde mental é cuidar da saúde do corpo. “A saúde mental influencia o indivíduo como um todo. Ela faz parte da saúde integral e envolve resiliência para lidar bem com as tensões e se recuperar dos golpes da vida. Cultivar pensamentos positivos e fazer aquilo que gosta são exemplos de atitudes que reforçam nossa saúde mental. A meditação pode ser um bom começo”, afirmou.
Um dos pontos mais repercutidos durante a conversa foi o julgamento e a importância da escuta. “O medo do julgamento leva ao isolamento. O acolhimento é fundamental para a pessoa se sentir segura, reconhecer a necessidade de ajuda e procurar por ela. Construir uma rede de apoio fortalecida – com amigos, familiares ou vizinhos – que ouça sem julgar e tenha empatia pode ser o primeiro passo para a recuperação de quem está em depressão, por exemplo. Todo mundo passa por problemas em algum momento da vida, mas todos nós podemos ser esse amigo que entende a dor do outro”, destacou a psicóloga Alice Rosa.
Ao final do encontro, a referência em Humanização e ouvidora Daniene Santos leu um trecho do livro Grande Sertão: Veredas, do Guimarães Rosa, que ilustra bem a temática da conversa. “O correr da vida embrulha tudo; a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem.”