A Fundação Hemominas participou do X Simpósio Brasileiro de Doença Falciforme, realizado nos dias 18 e 19 de novembro de 2025, em Brasília (DF). O evento, que ocorre a cada dois anos e foi transmitido ao vivo pelo YouTube, celebrou os 20 anos da Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doença Falciforme e outras Hemoglobinopatias, instituída pela Portaria nº 1.391/2005 do Ministério da Saúde – considerada um marco na promoção da equidade em saúde e na consolidação do cuidado integral no SUS.

Reunindo especialistas nacionais e internacionais, gestores, pesquisadores, profissionais do SUS, representantes da Hemorrede Pública, associações de pacientes e pessoas com doença falciforme, o simpósio teve como proposta fortalecer a política de cuidado integral, ampliar o acesso, reduzir desigualdades e compartilhar avanços científicos, assistenciais e de gestão.

A Hemominas esteve representada nas mesas temáticas por duas profissionais: Adriana Drumond, que integrou a Mesa sobre Gestão em Saúde e Avanços no SUS, apresentando o tema “A Hemorrede como Eixo Estruturante na Organização do Cuidado em Saúde”; e Alice Oliver, que participou da Mesa sobre Cuidado Integral na Doença Falciforme, com a apresentação “Entre a Dor e o Cuidado: A Importância da Saúde Mental na Vida de Pessoas com Doença Falciforme”.

A diretora técnico-científica, Fabiana Chagas, destacou o papel do simpósio como espaço de atualização e construção coletiva. “Reunir especialistas, profissionais da Hemorrede, pesquisadores e usuários do SUS fortalece a rede de atenção, sendo uma oportunidade para aprimorarmos protocolos, discutirmos desafios e avançarmos rumo a um cuidado cada vez mais qualificado e humanizado”, afirma.

Reconhecimento

Durante a sessão de homenagens, a ex-presidente da Hemominas, Júnia Cioffi, recebeu um troféu por sua contribuição à consolidação da Política Nacional. A homenagem destacou sua atuação na criação do CEMOB, em parceria com o professor Nélio Januário, coordenador geral do Nupad (Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico da Faculdade de Medicina da UFMG), marco essencial para o avanço do diagnóstico, cuidado e vigilância em Minas Gerais.

Além da entrega do troféu, durante o evento foi realizada uma homenagem especial a três pessoas de grande relevância na linha de cuidado da Doença Falciforme de cada Estado. A Fundação Hemominas indicou as profissionais que considera como referências nessa trajetória:

Célia Maria da Silva, hematologista pediátrica, que dedicou sua vida ao SUS e à Fundação Hemominas, com incansável trabalho em doença falciforme. Ela Foi pioneira na implantação do Doppler transcraniano na instituição, após treinamento com o neurologista Robert Adams, em Augusta, Georgia,  nos Estados Unidos, tornando-se referência e formando inúmeros profissionais em todo o país. Dra. Célia não apenas tratou pacientes — ela transformou vidas.

Daniela de Oliveira Werneck Rodrigues, médica hematologista do Hemocentro Regional de Juiz de Fora. Pesquisadora dedicada, atuou como coordenadora de campo e investigadora nos estudos internacionais REDS III e REDS IV, voltados à segurança transfusional em doença falciforme. Sua atuação fortaleceu a pesquisa e aprimorou o cuidado aos pacientes em todo o Brasil. Com saber e dedicação, honrou a ciência e o serviço público.

Rosimere Afonso Mota, médica hematologista, hemoterapeuta, pediatra e oncologista. Atuou no Hemocentro de Belo Horizonte e no Hemocentro de Montes Claros, sempre com amor e compromisso. Foi pioneira na implantação do Doppler transcraniano no Hemocentro de Montes Claros e precursora no tratamento com eritrocitoaférese na Fundação Hemominas, ampliando possibilidades e salvando vidas. Sua trajetória é símbolo de inovação, coragem e dedicação à medicina.

A presidente da Hemominas, Kelly Nogueira, ressaltou a importância da celebração dos 20 anos da política e da participação da Fundação no simpósio. “Este evento reafirma o compromisso da Hemominas com a equidade em saúde, com a ciência e com o cuidado integral. Nossa presença aqui representa décadas de trabalho, inovação e defesa de políticas públicas que realmente impactam a vida das pessoas com doença falciforme”, avalia.

Sobre a doença falciforme

A doença falciforme é uma das condições hereditárias mais comuns no mundo, originada de uma mutação genética no continente africano e disseminada historicamente pelo tráfico de pessoas escravizadas. No Brasil, sua prevalência é alta, especialmente entre a população negra, que há décadas reivindica políticas de saúde equânimes e específicas — reivindicações que culminaram, em 2005, na criação da Política Nacional celebrada neste simpósio.

Gestor responsável: Assessoria de Comunicação Social

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