Contabilizando mais de 20 profissionais de Minas e de outros estados que já se capacitaram na instituição para realizar exames utilizando o Doppler Transcraniano, a Fundação Hemominas contribui para aperfeiçoar o atendimento a pacientes falciformes, assegurando-lhes melhor qualidade de vida.

Esta semana foi a vez do doutor Hélio Fernandes, da Universidade Federal de Goiás: durante quatro dias, de 17 a 20 de setembro, o médico passou pelo treinamento ministrado pela hematologista pediátrica Célia Maria Silva, do Hemocentro de Belo Horizonte. Em 2019, a Fundação já recebeu também a doutoraEmily de Oliveira, de Rondônia.

O doppler transcraniano, exame de ultrassom que mede a velocidade do sangue nas principais artérias do órgão, é capaz de detectar o risco de ocorrência do AVC, também conhecido como derrame ou isquemia cerebral. Utilizado para rastrear as crianças e adolescentes com risco elevado de Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquêmico, o exame com o aparelho é extremamente importante para reduzir a ocorrência do evento AVC em pacientes com anemia falciforme.

A obstrução dos vasos sanguíneos e consequente restrição no fluxo de sangue, crises de dor e alteração em vários órgãos do corpo, também conhecida como crise vaso-oclusiva, é complicação comum na doença falciforme, doença genética caraterizada pela presença de um tipo alterado de hemoglobina no sangue. Quando os vasos do cérebro são atingidos, um dos agravos é o acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico, que pode levar a sequelas neurológicas graves e até a morte.

“É um exame simples e indolor, feito em ambulatório, que mostra, em tempo real, se existe alguma alteração no fluxo sanguíneo cerebral”, explica a hematologista Célia Maria. Na doença falciforme, o AVC isquêmico ocorre com maior frequência nas duas primeiras décadas de vida, período em que o exame do doppler transcraniano deve ser feito anualmente, para detecção de risco desse evento”, observa Célia.

Na Fundação Hemominas, o primeiro aparelho foi adquirido em 2006, e a partir de 2007 iniciou-se o agendamento de pacientes para realização dos exames, que consistem em fazer uma leitura da velocidade do fluxo sanguíneo nas grandes artérias do cérebro.

Disseminando conhecimento

Sob a responsabilidade do Serviço de Ensino da Fundação, os profissionais são encaminhados via Coordenação Geral de Sangue e Hemoderivados. Junto à doutora Célia, são definidos os trâmites necessários ao treinamento, que incluem ainda um hemotur, a cargo da gerente de Captação e Cadastro da Hemominas, Viviane Guerra. Com ela, os treinandos conhecem o trabalho feito na instituição, passando pelos Ciclos do Sangue e do Doador e o ambulatório, onde se dá o treinamento propriamente dito.

A importância do trabalho feito pela Hemominas encontra respaldo na fala de Carmen Solange Maciel Franco, da Área Técnica de Doença Falciforme / Coordenação Geral do Sangue e Hemoderivados: "Esta Área Técnica vem trabalhando, junto aos estados, a organização das linhas de cuidado para as pessoas com doença falciforme; com isso, alguns estados têm nos relatado sobre a ausência de profissionais capacitados para a realização do Doppler Transcraniano”.

Opinião corroborada pelo doutor Hélio Fernandes: “Na Universidade não existe um profissional qualificado para operar o aparelho e, neste caso, eu fui escolhido para fazer o treinamento em virtude da nossa demanda para realização dos exames”.

Gestor responsável: Assessoria de Comunicação Social

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