Pacientes de ambulatório da Hemominas recebem cartões para auxiliar os atendimentos transfusionais
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Pacientes de ambulatório da Hemominas recebem cartões para auxiliar os atendimentos transfusionais
Na sexta-feira, 7, profissionais de hemoterapia e hematologia e pacientes da Fundação Hemominas estiveram reunidos para a apresentação do Fenotcard, um cartão que será entregue a cerca de 1.400 pacientes com Doença Falciforme (DF) participantes do projeto REDS-IV-P (Retrovirus Epidemiology Donor Study).
O FenotCard contém a fenotipagem eritrocitária de cada paciente, ou seja, traz os dados sobre a constituição genética da pessoa com DF, bem como as características que impactam na transfusão sanguínea. Assim, o cartão facilita a conduta dos profissionais de saúde durante os procedimentos transfusionais, pois possibilita a escolha do sangue mais compatível a ser transfundido no paciente, evitando a transfusão de bolsa de sangue incompatível, o que pode ocasionar reações adversas nos pacientes.
Na abertura do evento, a presidente da Hemominas, Júnia Cioffi, falou da importância de os pacientes terem o cartão em mãos quando precisarem de um atendimento transfusional. Ela lembrou também a relevância das pesquisas na área, como o projeto REDS, pois é “uma forma de conhecer melhor para tratar melhor”. Segundo Júnia, a intenção é ampliar a confecção dos cartões a todos os pacientes.
O coordenador do Cetebio e pesquisador do REDS, André Belisário, destacou que uma das características do pesquisador é o desejo de querer ajudar. “Me sinto privilegiado em poder entregar algo palpável à população, fruto de um trabalho de pesquisa’, enfatizou.
Opinião compartilhada pela diretora de Relações Externas e Intercâmbios da Fundação Pró-Sangue e investigadora do programa REDS, Carla Luana Dinardo. “Não adianta fazer pesquisa em laboratório para ficar no papel. É preciso retornar o resultado do conhecimento adquirido em prol da população”.
O Projeto Dandara surgiu da necessidade de acolhimento e escuta dos pacientes falciformes por parte dos profissionais de saúde, conforme explica a diretora de Relações Externas e Intercâmbios da Fundação Pró-Sangue e investigadora do programa REDS, Carla Luana Dinardo - Foto: Adair Gomez
A pesquisadora disse que, foi percebendo a dificuldade de acolhimento e escuta dos pacientes falciformes por parte dos profissionais de saúde, que surgiu o Projeto Dandara. “O Dandara é um complemento, uma forma de educar e explicar ao paciente sobre a sua condição, seus direitos e sobre o racismo”.
Maria Zenó Soares da Silva, presidente da Associação de Pessoas com Doença Falciforme de Belo Horizonte e Região Metropolitana (Dreminas), lembrou que 95% das pessoas com DF são negros e negras e comemorou a parceria bem consolidada com a Hemominas e a Secretaria de Estado de Saúde em MG. “A Hemominas é nossa casa, um SUS que funciona. Aqui somos bem recebidos e acolhidos”.
Após as falas, foram convidados alguns pacientes para receber o FenotCard. Maurílio da Conceição, 44 anos, foi um deles. Ele conta que já faz tratamento no Hemocentro há 37 anos. “Isso é uma grande conquista. Fico agradecido e feliz porque o reconhecimento da doença falciforme está aumentando a cada dia.”
Também estiveram presentes no evento a professora titular do Departamento de Patologia da FMUSP e investigadora do programa REDS, dra. Ester Sabino; o professor titular da Hematologia da FMUSP e diretor-presidente da Fundação Pró-Sangue, dr. Vanderson Rocha; e a pesquisadora do programa REDS e ex-presidente da Fundação Hemominas, Anna Barbara Carneiro Proietti.
Gestor responsável: Assessoria de Comunicação Social
A doença falciforme é genética e afeta o sangue, provocando complicações como anemia, infecções e crises de dor. Hidratação constante e alimentação balanceada fortalecem o organismo da pessoa afetada. A Hemominas é referência em Minas no tratamento da doença.