Atender o contingente de pacientes jovens portadores de doenças hematológicas da forma mais humanizada e eficiente possível. Este é o objetivo de todos os profissionais que atuam na Hemominas, distribuídos nos ambulatórios da Fundação em Minas Gerais: atualmente, são 4.403 pacientes cadastrados com hemoglobinopatias e 856 com coagulopatias hereditárias na faixa etária de 0 a 17 anos.

Um deles é Lorena Almeida de Sousa, com quase cinco anos, portadora da doença de von Willebrand, e que faz parte de uma família que tem mais quatro pessoas afetadas: a mãe, Edineia Almeida de Sousa, os filhos Luiz Ricardo, 10 anos, Heloá, 15, Alana, 18. A doença de Lorena foi descoberta este ano, quando houve um pequeno acidente na escola - ela cortou o dedo que não parava de sangrar, tendo de ser levada para o hospital. A família mora em Turmalina, no Vale do Jequitinhonha, e ela vem todo mês ao Hemocentro de Belo Horizonte para consultas, exames e tratamento, segundo critério médico. Lorena é tranquila, mas tem de tomar cuidado ao brincar: não pode levar baques, sangra frequentemente pelo nariz; se esfregar o olho, aparecem pequenas manchas vermelhas. Mas, apesar de tudo, se diverte: gosta de assistir vídeos pelo celular, brincar de casinha, ir pra roça colher amoras.

A doença de von Willebrand é uma deficiência ou anomalia hereditária da proteína sanguínea fator de von Willebrand,  causando sangramento excessivo. Entre seus sintomas e sinais estão a gengivorragia, sangramento cutâneo e de mucosas e hemorragias após procedimentos cirúrgicos.

Assim como Lorena, os demais pacientes ajustam suas condições de saúde às possibilidades de curtir a infância e adolescência da melhor forma possível. E não deixam de se divertir, viver a vida com a esperança e relativa despreocupação próprias da idade.

Os pacientes com coagulopatias hereditárias e, mais especificamente, os de hemoglobinopatias são portadores de doença crônica e complexa. Dessa forma, o atendimento requer uma atenção integral, com abordagens de vários profissionais de saúde, abrangendo todas as instâncias da rede pública de saúde.

Na Hemominas, o atendimento multidisciplinar envolve médicos hematologistas e infectologistas, pediatras, ortopedistas, fisioterapeutas, assistentes sociais, dentistas, psicólogos, pedagogos e equipe de enfermagem. Na busca constante pela qualidade de vida do paciente, as crianças, especialmente, desfrutam de atividades lúdicas como pintura, leitura de contos e brincadeiras, amenizando o tempo que passam no ambulatório para tratamentos. 

Tempo de brincar

O cuidado com a saúde é o bem maior. Mas, em datas especiais como a Semana da Criança, agregar atividades e brindes só contribuem para melhorar o astral.

E para trazer brilho, cor e alegria aos pacientes na Semana das Crianças, várias unidades programaram ações: neste dia 11 de outubro o Hemocentro de Juiz de Fora comemorou a data no ambulatório com as presenças do personagem Homem Aranha e da Artes da Fifia, que distribuiu pipoca e algodão doce para todos. Foi realizada também uma palestra sobre higiene bucal e os que estiveram presentes receberam kits com atividades e guloseimas, preparados pela equipe multiprofissional do hemocentro.

A unidade de Montes Claros não ficou atrás: o Hemocentro também se preparou para receber os pequenos pacientes neste Mês das Crianças: com o apoio de muitos colaboradores da Hemominas, lembrancinhas estão sendo distribuídas ao longo do mês para todos os que comparecerem ao ambulatório.