Dando sequência às comemorações do Dia Internacional da Mulher, integrantes do Ministério Público realizaram um bate-papo com as pacientes do ambulatório e seus familiares

Em celebração ao Dia Internacional da Mulher, o ambulatório do Hemocentro de Belo Horizonte (HBH) promoveu encontros essenciais para o entendimento e enfrentamento da violência contra as mulheres. Nesta sexta-feira, 14/03, o evento, que reuniu cerca de 50 pessoas, teve como objetivo esclarecer, sensibilizar e orientar sobre como as mulheres podem identificar os sinais da violência doméstica e familiar e as formas de combatê-la.

Na última segunda-feira, 10/03, o HBH recebeu a médica-legista da Polícia Civil de Minas Gerais, Elisa da Cunha Teixeira, que também falou sobre violência contra a mulher.

O contexto da violência doméstica e familiar

A violência doméstica e familiar contra as mulheres é um problema grave e persistente em nossa sociedade, afetando 21,6 milhões de mulheres no Brasil – segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O bate-papo, conduzido pela assistente social Carolina Lopes, e pela psicóloga Sandra Maria, ambas do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (CAOVC), do Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG), buscou aprofundar a compreensão sobre o que constitui esse tipo de violência, que vai além da agressão física e inclui violência psicológica, sexual, patrimonial e moral, podendo culminar na maior das violências contra a mulher: o feminicídio.

“É essencial que as mulheres, e também os homens agressores, saibam que a violência doméstica não se restringe às agressões visíveis. A violência psicológica, por exemplo, é tão danosa quanto a violência física e, muitas vezes, é mais difícil de ser detectada, por ser mais sutil”, explica a psicóloga Sandra Maria.

Como reconhecer e enfrentar a violência

A psicóloga Sandra Maria, a assistente social, Carolina Lopes – ambas do MP-MG – e a assistente social da Fundação Hemominas, Josiane Batista, durante a abertura da roda de conversa – Foto: Adair Gomez

Além de fornecer informações sobre os diferentes tipos de violência, a palestra abordou as formas de enfrentá-la. Carolina Lopes destacou a importância de denunciar os agressores, reforçando que o silêncio é um aliado da violência e que quase 90% dos casos de feminicídio aconteceram com mulheres que não tinham medida protetiva. “Infelizmente, a medida protetiva não garante a integridade física da mulher, mas ela inibe a ação dos agressores, que muitas vezes não respeitam a vontade da mulher, mas respeitam a ordem de um juiz”, explica a assistente social.

As mulheres não estão sozinhas e existem estruturas legais para protegê-las. Durante a conversa, foi enfatizado que, em caso de violência doméstica, as mulheres contam com uma série de mecanismos legais e sociais de apoio. O Ministério Público possui unidades especializadas em atender as vítimas de violência, e, além disso, a Lei Maria da Penha, sancionada em 2006, oferece proteção às mulheres, estabelecendo medidas como a criação de juizados especiais e a decretação de medidas protetivas de urgência.

Em casos de emergência, é possível ligar para a Polícia Militar ou o número 180 (Central de Atendimento à Mulher), que oferece suporte imediato e orientações. Também é possível que as mulheres busquem apoio no Centro Especializado de Atendimento à Mulher (CRAM) ou o serviço de Assistência Social do município onde moram (CRAS ou CREAS).

“Não podemos ver a violência como uma coisa normal. Por meio de momentos como esse, procuramos ajudar as mulheres a reconhecerem e enfrentarem situações semelhantes às relatadas aqui”, conclui a assistente social da Fundação Hemominas, Josiane Batista.

 

Gestor responsável: Assessoria de Comunicação Social

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