Hemocentro de Belo Horizonte celebra Dia Mundial da Hemofilia
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Hemocentro de Belo Horizonte celebra Dia Mundial da Hemofilia
Familiares e pacientes hemofílicos tratados no ambulatório do Hemocentro de Belo Horizonte (HBH) tiveram uma manhã muito especial, na sexta-feira, 26/04, quando foi celebrado o Dia Mundial da Hemofilia – tradicionalmente comemorado em 17 de abril. Além do sorteio de brindes e de um lanche especial, os pacientes receberam o Diário de Infusão, ferramenta importante que vai auxiliar o médico na condução de um tratamento mais personalizado, conforme explica a enfermeira Adriana Drumond. “A ideia é utilizar o material como registro de saúde do paciente. Através dele, o médico vai conseguir fazer um diagnóstico mais preciso e poderá prescrever o tratamento mais adequado para cada paciente, individualmente”, esclarece.
Durante o encontro, a equipe do ambulatório ensinou aos pacientes como utilizar o diário, que será distribuído para toda a rede Hemominas e deve ser levado em todas as consultas. “O ideal é que o paciente esteja sempre com o diário. Nele deverão ser registradas todas as informações relacionadas ao tratamento, ou seja, se teve um sangramento, deve anotar como aconteceu e o que foi feito; se tiver alguma dor, anotar em qual parte do corpo; se fez a profilaxia, anotar quando e qual a quantidade de fator infundido”, completa a farmacêutica Fernanda Tanimoto.
O registro dessas informações possibilitará a construção de um histórico que vai auxiliar o paciente e a equipe multiprofissional no manejo de situações decorrentes da hemofilia.
Palestras
O farmacêutico Célio Lara Júnior conversa com os presentes sobre os riscos do desenvolvimento de doenças cardiovasculares, mesmo em pacientes com hemofilia - Foto: Silvâne Vieira
A programação do Dia Mundial da Hemofilia incluiu palestras com temas de interesse dos pacientes. Um dos destaques foi a palestra sobre “Fatores de Risco e Doenças Cardiovasculares” ministrada pelo farmacêutico do Centro de Saúde Minas Caixa, Célio Lara Júnior. Segundo ele, ao contrário do que se acreditava antigamente, existe sim a possiblidade de uma pessoa com hemofilia desenvolver doenças cardiovasculares. “Embora a hemofilia diminua um pouco o risco, não previne a doença cardiovascular. Então, se a pessoa tem hemofilia, mas é tabagista, consome álcool em excesso, tem pressão alta e não cuida, tem diabetes e não cuida, não é por conta da hemofilia que ela vai ter menos chance de desenvolver a doença cardiovascular, porque ela tem todos os outros fatores de risco. A chance dela vai ser praticamente idêntica”, explica.
O farmacêutico também falou sobre a importância da Atenção Básica no cuidado com a saúde. “É extremamente necessária a aproximação do cidadão com o Centro de Saúde, independente da condição clínica dele. Os profissionais de saúde são parceiros no tratamento profilático independente do problema que possa acometer o paciente”, completa.
O fisioterapeuta Eder Vaz explicou os benefícios da fisioterapia aliada ao tratamento para a hemofilia - Foto: Silvâne Vieira
Dando sequência às palestras, o fisioterapeuta do ambulatório do Hemocentro de Belo Horizonte (HBH), Eder Vaz, trouxe a questão “Fisioterapia x Hemofilia”. Ele explicou os benefícios da fisioterapia aliada ao tratamento. “Os exercícios são repetitivos, mas eles são importantes para evitar as sequelas que podem acontecer em decorrência da hemofilia, já que a doença pode provocar sangramento nos músculos e nas articulações”, alerta.
O presidente do Centro dos Hemofílicos do Estado de Minas Gerais (Cheminas), Roberto Mota, deu um depoimento sobre a própria situação. “Estou sentindo dor há uns 15 dias, mas fiz o sacrifício de estar aqui hoje, pois compreendo que essa luta é nossa. Nós que vimos o início do tratamento para a hemofilia, lá na década de 1990, percebemos o quanto teve avanços e ficamos felizes por isso. Antigamente quase todos os pacientes hemofílicos precisavam de muletas. Hoje temos um tratamento diferenciado. Mas por mais que a gente divulgue sobre a existência da doença, ainda achamos que é pouco divulgado. Tem muito médico que não entende sobre a hemofilia. O atendimento de emergência ainda é muito ruim, mas acredito que, junto com a Federação Brasileira e com a Hemominas, vamos conseguir mudar essa realidade”, afirma.
Os representantes da Cheminas, Rose Mota e Roberto Mota, fazem depoimento sobre a realidade da pessoa com hemofilia - Foto: Silvâne Vieira
Rose Mota, representante da Cheminas e mãe de um adolescente com hemofilia, aproveitou o momento pra deixar uma recomendação aos pacientes. “Com certeza são muitas lutas, sabemos o quanto é difícil. O que tenho a dizer pra vocês hoje é: façam o tratamento! A profilaxia representa um avanço e é o principal tratamento pra não chegar num ponto de dor e desgaste que o fator já não consiga abrandar, como acontece com o Roberto. Leiam, se informem sobre a hemofilia. Temos um grupo da associação que dá apoio 24h por dia aos familiares e pacientes. Aproveitem essa oportunidade pra ter uma vida melhor!”, aconselha.
Fique por dentro
O Dia Mundial da Hemofilia é comemorado em 17 de abril. A data foi instituída em 1990 pela Federação Mundial de Hemofilia (WFH) a fim de dar visibilidade à doença. Para ampliar as discussões, a cada ano a federação indica um assunto a ser trabalhado. Para 2019, foi escolhido o tema Conscientização e identificação: o primeiro passo para o diagnóstico e tratamento eficaz. Através dele, a federação quer chamar a atenção para a necessidade de se identificar novos casos de hemofilia e aumentar a conscientização sobre a importância de se investir constantemente na melhoria do tratamento dos pacientes.
O dia 17/04 foi escolhido por ser a data de nascimento do fundador da WFH, Frank Schnabel. Ele foi diagnosticado com hemofilia A grave e dedicou sua vida à luta pela melhoria da qualidade de vida dos hemofílicos.
A enfermeira Keylla Clarindo fez a abertura da ação em comemoração ao Dia Mundial da Hemofilia - Foto: Silvâne Vieira
Em sua fala na abertura das comemorações, a enfermeira do ambulatório do Hemocentro de Belo Horizonte (HBH), Keylla Clarindo, discorreu sobre o sentido da data. “A legitimidade da data está em reforçar a importância de trazer a público as questões relacionadas à hemofilia, chamando a atenção das autoridades responsáveis e da sociedade civil para essa causa. Mas não é só esse motivo que nos traz aqui. Queremos celebrar uma história de luta, por vezes exaustivas. Cada paciente atendido na Hemominas é um guerreiro, não desistiu. E como fruto da persistência por dias melhores, eles têm chegado: como forma de avanços no tratamento, opções de profilaxia, novas opções terapêuticas, atendimento multiprofissional, dentre outros. Essas conquistas são dos hemofílicos. Queremos encorajá-los a refletir sobre o quanto já avançamos e sobre o potencial que temos de ir além. Estamos juntos nessa caminhada e bem sustentados para nos mantermos perseverantes”, acredita.
Os presentes na ação puderam saborear um farto lanche oferecido pela Federação Brasileira de Hemofilia. Os pacientes também receberam, por sorteio, uma bolsa térmica para acondicionar o fator de coagulação - Foto: Silvâne VieiraGestor responsável: Assessoria de Comunicação Social
O candidato à doação de sangue deve ter dormido, pelo menos, quatro horas antes do procedimento. Idealmente, deve ter dormido dentro do seu habitual, sentindo-se descansado no momento da doação.